quarta-feira, 29 de setembro de 2010

OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO





Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.

Tempo de absoluta depuração.

Tempo em que não se diz mais: meu amor.

Porque o amor resultou inútil.

E os olhos não choram.

E as mãos tecem apenas o rude trabalho.

E o coração está seco.



Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.

Ficaste sozinho, a luz apagou-se,

mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.

És todo certeza, já não sabes sofrer.

E nada esperas de teus amigos.



Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?

Teu ombros suportam o mundo

e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios

provam apenas que a vida prossegue

e nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo,

prefeririam (os delicados) morrer.

Chegou um tempo em que não adianta morrer.

Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.

A vida apenas, sem mistificação.



Carlos Drummond de Andrade


BIOGRAFIA




Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.



Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.



O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.



Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.



Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.



Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).



Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.


Fonte:Google




segunda-feira, 27 de setembro de 2010

OS SANTOS GÊMEOS

OS SANTOS GÊMEOS


Nós os conhecemos como meninos levados; no Rio de Janeiro apreciam bombons e fazem brincadeiras infantis;na Bahia,esbaldam-se nas comidas que lhes são dedicadas e cobram total carinho e atenção de seus fieis,que são inúmeros.No dia de sua festa,27 de setembro,no meio da comilança e das danças,agarram no seu cavalo(filho ou filha de santo que “incorpora “a entidade)e fazem brincadeiras com os presentes,devotos ou não,falando com o tatibitate infantil e se lambuzando(e lambuzando os outros) de cocada puxa.rapadura ou caruru.São danadinhos,mas,não deixam seus devotos na mão.Pediu,recebeu.

Estudando seu passado para saber de onde vieram e como começou a tradição,descobri que foram médicos caridosos e dedicados,sempre cuidando dos pobres e desvalidos;irmãos no sangue,ligados pelo saber e sempre fazendo o bem sem olhar a quem.Quando os remédios faltavam recorriam á oração e benziam a água,que se transformava em remédio miraculoso.Eles trabalhavam em prol da Humanidade e,por amor;por isso eram chamados “os anargiros”,ou seja ,inimigos do dinheiro,epíteto que ,de jeito nenhum se aplicaria aos médicos de hoje,nem aos planos de saúde,

Eu os imagino,jovens e bonitos,morenos,pois tinham origem árabe,indo de casa em casa ,fizesse sol ou chuva,a sangrar,pensar,receitar,consolar e aconselhar.Vislumbro a alegria que essa gente desassistida,devia ter ao vê-los chegar.

Entregue a essa visão,ouço uma voz lá longe,gritar:Missa pedida prá S.Cosme e S.Damião!

E,alguém respondeu:

-Eles mesmo que nos ajudem.

Na Bahia,os médicos abnegados foram substituídos pela negra carregando uma caixinha de papelão mal ajambrada,com pequenas imagens de argila,metidas no fundo,arrodeados por um monte de manjericão,melindre,malmequeres,misturados com papel de seda,cortado.

Como boa baiana,deposito minha moedinha na caixa,mas,converso com meus botões:-Prá que santo quer dinheiro?Eles têm tudo!

Quem pediu a moeda explica que é promessa;o santo lhe valeu,tem que pagar o prometido-missa e caruru-e,como é pobre,pede para poder cumprir o prometido.

-E,eu com isso?quem pariu Mateus que balance...Seria fazer cortesia com chapéu alheio.

A desculpa é que é um preceito,é assim desde que o mundo é mundo.Vá lá!Embora tenha malandro que pede prá “caninha”,o santo não vê nem o cheiro da oferenda,muitos cantam assim:

São Cosme e S.Damião

Fizeram combinação

Saírem pedindo esmola,

Meu irmão,

Para fazerem um pirão.

O dinheiro era para fazer o pirão do santo ou do espertinho que pedia?Ficava a dúvida;mas,acho que os santos não se importam;até acham graça do expediente.

A negra da caixinha vai em frente,com seu cantochão monótono e,já,ninguém se lembra dos médicos caridosos(se é que,ao menos,sabem a estória).A lembrança que chega é de dois garotos endiabrados,caprichosos,gulosos,exigindo a paga dos benefícios que fizeram.Meninos que gostam de comida de azeite,samba,bagunça.

Ah,se a gente pudesse ver suas carinhas,quando os devotos colocam “quartinhas” de água e pratinhos de comida defronte de suas imagens!Eles,que nunca foram de freges e ,por força da sua fé,morreram degolados por ordem do Imperador Deocleciano.lá pelo ano de 287 em Egéia,na Cicilia,e,segundo Lísias,depois de várias torturas .para que desistissem de sua crença.O certo é que,na Bahia são adorados,inclusive por mim,que tenho um filho de setembro e netos gêmeos.Meu caruru,com tudo o que tem direito,não deixo de oferecer.Promessa é dívida.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

É ASSIM!



O valentão chegou num bar ordinário ,deu um murro no balcão,olhou em volta,sobranceiro como um rei,conferiu a clientela de matutos e mulheres fáceis e com um vozeirão disse:

-Quando o Zé Matador bebe, todo mundo bebe.

Houve um murmúrio de satisfação no bar,cada um mandou encher seu copo e o copo das acompanhantes e...tome-lhe pinga.

Então,com a impertinência de um soberano,o mata-mouros meteu a mão no bolso,sacou uma moeda que atirou no balcão e berrou:

-Quando o Zé Matador paga todo mundo paga.

E saiu.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A MULHER DO GENIVAL

A MULHER DO GENIVAL


O Cumpade Zeca estava faz tempo de olho na bela mulher do Genival,seu vizinho,amigo e compadre.Ela também,morena fogosa,de vez em quando arriscava um olho,uma espécie de namoro de caboclo,como se diz aqui,mas,que não ata nem desata.Um belo dia,véspera de uma viagem que os três fariam ao sítio do Zeca,ele a abordou na varanda e declarou sua paixão,paixão de cavaleiro andante,capaz de pular qualquer obstáculo.Exagerado,disse que pelos belos olhos dela pularia num abismo,enfrentaria todas as leis do mundo e morreria feliz.

Durante a viagem houve um contratempo chato e eles tiveram que pernoitar numa aldeiola que só tinha uma pensãozinha pobre, com um quarto disponível.Como fazer com a dormida?

Genival sugeriu que podiam dormir os três na única cama de casal que havia,sendo que,Maria,a mulher,numa ponta,o compadre na outra e o marido,no meio.Para evitar tentaçõe s

,colocariam uma taboa,separando Maria dos rapazes e tudo correria bem até o dia seguinte.Assim foi feito.

Durante a viagem,á cavalo,o compadre aproveitou para recitar de novo os galanteios e juras de amor,voltando a dizer que,por Maria enfrentaria as penas do inferno.Pularia sobre todas as convenções.

Aí,Maria falou:

-Sê besta,cumpade,tu nun teve corage de pulá uma taboa...

Convite

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A CALÚNIA



A idade nos leva muita coisa que gostaríamos de preservar,como a força juvenil,os arroubos amorosos,o entusiasmo e as esperanças,que vão ficando para trás,como dizia o poeta Antonio Tomás,enquanto os desenganos vão conosco á frente.Mas,uma coisa,não perdi,a capacidade de me indignar.Quando vejo pessoas e famílias serem jogadas aos lobos,por uma mídia ávida de lucros,reputações destruídas sem provas concretas,pessoas como eu e você,que dormem como pessoas comuns e acordam como monstros,injustiçadas,atiradas á lama,sem poder falar ou protestar,contar sua versão da história,porque não são donas de jornais ou de TVs,não tem parentes importantes,isto,sim,me incomoda e devia incomodar a todos nós.Porque,como diz o poeta Buarque”a dor da gente não sai nos jornais”.Então me vem á memória um texto que li,faz muitos anos e nunca esqueci.Numa aldeia árabe,nos tempos de Harun Al Rachid,o maior dos califas,uma mulher idosa conhecida por sua língua pérfida,levantou um falso contra um morador e sua mulher,coisa grave e os acusados foram levados á presença do cádi.Interrogados,sua inocência foi provada.O juiz,chamou a velha harpia e mandou que ela escrevesse num papel o nome completo das pessoas que ela acusou e que se revelaram inocentes.Depois,picotou o papel em mil pedaços que o simun,o vento do deserto,espalhou pelos quatro cantos do oásis.O juiz ordenou que a velha catasse todos os pedacinhos e recompuzesse o nome corrompido por ela.Claro que ela não conseguiu;o vento os levou por todo o deserto,as aves de rapina,engoliram alguns,outros caíram nos monturos.O juiz,então,condenou a velha a cem chibatadas,para que ela aprendesse,que,uma vez lançada uma calunia contra alguém,seu nome jamais sera recomposto e a mancha da dúvida pairaria sempre sobre suas cabeças,como o manto da desonra.Quando é,que aqui,nestas nossa terra ocidental civilizada,vamos exigir uma retratação desta nossa imprensa marrom,fantasiada de imprensa séria,pelo menos uma compensação financeira,qualquer coisa mais substancial que uma mera notinha de rodapé..

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

FRASES ENGRAÇADAS SOBRE POLÍTICA



No Brasil, a vida pública é, muitas vezes, é a continuação da privada.
Barão de Itararé
                                       #
Como nenhum político acredita no que diz,fica sempre surpreso ao ver que os eleitores acreditam nele.
De Gaulle
                                        #
A política não é a arte do possível.Consiste em escolher entre o desastroso e o intragável.
Kenneth Galbraith
                                          #
Seja patriota,vote!O voto  é o gesto democrático  que permite ao cidadão escolher aqueles que irá xingar nos próximos quatro anos.
Anônimo
                                                 #
Deus fez o mundo em sete dias e não precisou de reeleição.
Idem
                                                 #
Acho muito justo que,depois de uma campanha eleitoral tão cansativa,os candidatos eleitos queiram passar quatro anos  ganhando sem trabalhar.
Miss Sherazade
                                       #


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

NÃO VERÁS NENHUM PAIS COMO ESSE!



O nosso amado Brasil tem peculiaridades que nenhuma outra terra tem.Principalmente,na política,

Há menos de vinte dias para as eleições ainda não sabemos quais as propostas políticas dos principais candidatos,muito ocupados em denuncismos e abafa – abafa.

Nos países ditos,democráticos,temos governo e oposição;ambos lutam para atingir seu objetivo maior – o poder – com propostas que interessam ao eleitor nas áreas mais sensíveis ao homem comum,tais como,saúde,educação e segurança,não necessariamente nesta ordem,já que,na minha modesta opinião,a saúde e a segurança dependem e muito da educação.

Mas,isto nos outros países onde temos partidos;aqui temos facções.

O candidato governista é de esquerda,mas,namora a direita em pensamentos,palavras e obras.O candidato da direita é um ex-esquerdista que se acumpliciou com o que há de mais retrógrado neste pais.

Sem chances de vencer as eleições,por sua própria culpa,mandonismo e ganância,quer ganhar no tapetão.

Se tivesse cedido seu lugar a outro candidato como o Aécio,por exemplo, e continuasse governador do Estado mais poderoso do país,de lá seria bem mais fácil manejar os pauzinhos que fazem navegar a canoa do poder.

Antipático,com fama de azarento,mandão e sobretudo,dogmático ,o Serra jamais teria chance no Brasil de hoje;quase vinte anos de tucanato e o que melhorou no Brasil? E em São Paulo?

Pois é,escorregando na maionese ,o Serra está levando o nosso Brasil para um buraco do qual não sabemos o tamanho do fundo.

Pois, a candidata governista,quem conhece?Para onde nos levará?

Ficará atrelada ao Lula” ad infinitum” ou jogará os laçarotes fora e seguirá seus próprios caminhos,sabe deus quais.E o próprio Deus saltou fora,não quer se meter nisto,muito preocupado com o apocalipse que está próximo e,no meu entender,até já começou.

Como pensar diferente se o agraciado com o Prêmio Nobel da Paz vendeu a maior quantidade de armas desde que o homem de Neardenthal inventou a pedra com ponta pontiaguda?

Mas,voltemos às nossas plagas;nossos bosques não têm mais vida,destruídos que estão pelas queimadas criminosas; nos nossos campos,em vez de flores desabrocham movimentos sociais.A nossa pátria amada,idolatrada grita:-Salvem-me!Salvem-me!

Mas,quem será o cavaleiro andante que a salvará?

Ah,bem,temos a Marina Silva!

OK,mas,não vejo a Marina,tão pura,tão honesta,surfando sem perigo nestes mares nossos cheios de tubarões.Não a vejo preparada para derrotar essa direita ávida de ganância,sem pejo nem pena de destruir o meio ambiente em troca de uns míseros reais.

Essa política suja é coisa para sujos. Marina soçobraria.Sem falar na política externa,esse saco de gatos infernal,onde quem mais perde é o idealismo e a vergonha.

De modo,amigos,que estamos enrolados no xale da doida.

Uma coisa me incomoda e incomoda a quase todos os eleitores que converso; é o denuncismo sem provas,as acusações sem conteúdo,as aleivosias que não levam a nada.A gente acaba votando no exposto só de raiva.O brasileiro é ético;não gosta de levantar falso testemunho.

Existem quartos escuros e fétidos nos porões do Poder? Claro! Mas,porque aproveitar o período eleitoral para fazer as denúncias?Por que não se falou nisto em setembro do ano passado quando tudo começou?Por que só agora,às vésperas de uma eleição e face a face com a derrota?

Para cada Erenice neste triste pais existe um balofo como o Sérgio Motta,rodando o pais inteiro com malas cheias de dinheiro comprando votos para FHC;e o tal Eduardo Jorge que a própria Veja denunciou em 1988,alvo de toda a imprensa nacional,até a Revista Bundas,sucessora do Pasquim e de saudosa memória.Pois a ínclita revista escrevia:

“Qualquer semelhança entre Eduardo Jorge e o peruano Vladimiro Montesinos não é mera coincidência.”

Para vocês que não lembram do Montesinos porque estão muito ocupados em descobrir o fim da novela das oito;era a “eminência parda” do Fujimori.

Fico me perguntando: Por que os políticos não deixam a gente gostar do Brasil?

Com a palavra,o leitor
15/09/10 18:14 - amariliatc




Gosto muito de ler um texto de uma mulher sobre política.Isso prova

que não ousamos apenas na seara dos afetos.Se bem que, para mim,

gostar de política é amar a cidadania, é desejar que a nossa

democracia se desenvolva cada vez mais.Achei interessante a sua

análise a respeito dos candidatos.E mesmo fazendo parte do grupo que

vê mais avanços do que retrocessos neste governo, também adoraria que

tivéssemos um leque maior de opções e que o nosso sistema político

fosse mais confiável.Parabéns pela coragem em expor o seu

pensamento.Meu carinho.











segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ORAÇÃO DAS SETE LINHAS

ORAÇÃO NAGÔ

Oxalá,vós que refletis o princípio criador,vós que sois o Verbo Solar,a ciência do Verbo Sublime,vós,que fazeis a supervisão de todos os Orixás na terra,vós que sois a luz do Senhor Deus,abençoai-nos.
Yemanjá,vós que refletis em vossas cristalinas águas toda a verdade do mundo e o poderio do vosso reino,rogai por nós.
Onibeijada,vós que refletis p o princípio da ação da humanidade e do mundo da forma,vós que sois potência divina,rogai por nós.
Xangô,vós que dirigis a lei da Causa e Efeito,vós que sois o Senhor das Almas,intercedei por nós.
Ogum,vós que sois o Senhor das Batalhas,que sois o mediador que controla o amor e os choques;vós que atendeis nas defesas,nas lutas de demanda,rogai por nós.
Oxóssi,dono das matas,que caçais almas perdidas,rogai por nós.
Pretos Velhos,vós que sois os maiores compreendedores da magia e do fundamento,livrai-nos do mal.
Atodos vós ,Orixás,que são todo o princípio de regencia do universo,rogamos que todos vós derramem sobre nós o conforto de suas vibrações.
Amém

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CÃO FIEL!




Os donos daquele sitio sentiam-se em segurança..

Era uma propriedade grande na Estrada Velha do Aeroporto, zona meio insegura por ser muito afastada da cidade e com favelas ao redor.

Mas, tinha Fido.

Era um pastor alemão dócil com as crianças,mas,terrível para os inimigos.Seu tamanho e corpulência assustava.

Bem treinado,só comia o que os donos lhe davam portanto não corria o risco de “bolas”.

À noite era visto correndo a propriedade, atento a tudo,fuçando tudo,escorraçando gatos vadios ou vadios humanos.

Mas,um dia,deu a louca no Fido;era lua cheia e o cão pulou o muro e ganhou a rua.Estava tudo calmo àquela hora e a rua deserta;gatos vadios faziam sonetos ao luar.

O cachorro foi seguindo o muro da casa até chegar na esquina,sua velha conhecida;era lá que Joca,o filho do patrão,o levava para passear.

Encruzilhada é sempre complicado até para humanos decididos,mas,Fido,após pensar um pouco,dobrou à esquerda.

Caminhando sem aparente destino certo,chegou perto de uma grande casa com jardim,onde percebeu a presença de alguém do sexo oposto.

Todos os seus instintos afloraram e ele parou,observando.

Criando coragem tentou empurrar o portão do jardim;não conseguiu.Reparou no muro,muito alto,mas,isso era lá problema para um cão atlético,bom corredor e acostumado a pular muros?

Tomou distancia e...pronto:pulou facilmente o muro.

O que aconteceu lá dentro não vou contar porque não sou nenhuma mariazinha e não fico tomando conta da vida dos outros;mas,que demorou um bocado lá dentro,demorou.E que saiu com uma cara muito satisfeita lá isso saiu,sim,senhor...

Terminado o encontro, voltou para casa pelo mesmo caminho .

No poste da esquina, deixou sua marca,sem culpa,pois aqui não é proibido fazer xixi na rua,ainda mais de madrugada.

Pulou o alto muro da casa,ágil,lampeiro,feliz,desafogado e começou sua ronda de todas as noites.

Dentro ,aconchegados,os donos dormiam despreocupados.





quarta-feira, 1 de setembro de 2010

HOMENAGEM AO CAIXEIRO VIAJANTE


UM BOM VENDEDOR NÃO TEM PREÇO!


Tenho insistido , nos meus artigos , que , o escritor precisa ser também , um vendedor.

Ninguém melhor do que ele venderia o seu peixe , não é? Pois , ninguém conhece melhor sua obra , seus propósitos quando a escreveu e o que espera dela com relação ao público.

Como cada vez é mais complicado para o escritor independente colocar seu trabalho nas livrarias , pois o ganho é irrisório e, algumas das grandes nem pagam ao escritor o que lhes é de direito , torna-se necessário para a própria sobrevivência da obra que o autor saiba como vendê-la.

Comece por perder a timidez e considerar a venda como um trabalho sujo e desagradável ; você não vai ser um vendedor insistente , nem picareta , incomodando as pessoas , constrangendo-as ou fazendo uma abordagem agressiva.

Pense que,tudo no mundo é venda.O médico vende promessas de saúde, o advogado vende leis ,o padre vende um suposto lugar no céu , o professor lhe vende conhecimento , o comerciante vende bens e serviços necessários á sobrevivência.

Como fui , com muito orgulho , vendedora de livros e hoje sou escritora , portanto transitei nos dois mundos , desejo passar , para vocês um pouco da minha experiência.

Vamos conhecer algumas técnicas para ter sucesso com vendas.

Vender , (eu já dizia há muitos anos atrás quando treinava equipes de vendas) é fazer alguém pensar como nós pensamos;é usar a mais velha técnica do mundo:a técnica da persuasão.

Mas, vamos ao que interessa,o jeito gostoso e sadio de realizar uma venda bem feita.

*Entenda que cada leitor é único ; portanto , antes de tudo , identifique o que interessa a ele. Não vá vender livro de auto – ajuda a um cético, por exemplo.

**A venda de livros é , acima de tudo , passional:o leitor vê , folheia , gosta , compra.

Uma boa capa é fundamental; ela desperta o interesse.Uma boa sinopse , também, ajuda um bocado.Ali , o leitor percebe se , naquele livro está o que ele procura.Ai é onde entra o seu talento: fale com paixão da sua obra , interesse o leitor , faça com que ele deseje saber o que tem lá dentro.

***Esqueça aquela estória de hippie; ficou bem nos anos sessenta , mas, está démodé; o escritor deve ser educado , falar bem e pausado , vestir-se com elegância.

Se mulher e bonita,procure não mostrar muito os seios num decote marilyniano; afinal , é seu livro que você quer vender , não é?

Nem preciso dizer da importância do Português correto; não assassine a língua se você quiser viver dela.

****Dê atenção ao seu leitor; converse com ele , discuta , debata temas, e, depois da compra, ligue ou passe um e-mail para ele, querendo saber se o livro o agradou, se o satisfez , troque idéias sobre literatura , sobre outros autores , fidelize seu leitor.

É importante que você tenha um blog ou site onde possa ser encontrado; convide o leitor a visitá-lo. Corresponda-se com ele por e-mail , fale das novidades , não o perca de vista.Ele ficará encantado!

Não é á toa que Paulo Coelho mantém dezenas de secretárias para responder e-mails de seus fãs.

*****Atenção , hein! O leitor sabe quando o vendedor mente. Não adianta dizer que você ganhou o Jabuti ou que pertence a alguma Academia , pois , se o cara é seu leitor é porque é inteligente.E gente lida e inteligente não se deixa enganar facilmente.

******Se o leitor reclamar de alguma coisa , seja solícito e atencioso.Procrastinar , nesses casos , é suicídio.

*******Um sorriso amplo faz muito por você ; ele só perde para a organização e o planejamento.Numa tarde de autógrafos não saber onde pôs a caneta é imperdoável. Esquecer o nome do leitor , suicídio.

********Seu leitor não vai simplesmente comprar um livro; ele compra uma idéia: a idéia do status , do conhecimento, do desejo de viajar pela sua mente , ,de ver o que você tem a dizer.O desejo de descobrir novos mundos.

Se você , em vez de livros vendesse batom , ele (a) compraria a ilusão de beleza que o batom lhe proporciona.

********* Nunca subestime a inteligência do seu leitor; nem entre em conflito com as idéias dele por mais estapafúrdias que sejam. Aprenda a respeitar os “feios”.

**********Concentre-se no seu livro. Evite debates políticos ou religiosos e , principalmente , nunca, mas , nunca mesmo fale mal de um colega. A ética é sempre bem -vinda em qualquer situação.