A PULGA E O REI
Era
uma vez um rei muito mau, injusto e que maltratava seus súditos,aumentava os
impostos e tomava suas terras.
Mas,
não podia ser deposto porque tinha um exército leal e aliados poderosos.
-Sou
rei por direito divino, dizia.Ninguém pode comigo!
Uma
pulga que estava passando, assuntou na palavra do rei e disse:
-Esse
pretensioso bem que merece uma lição!...
Naquela
noite,quando o rei deitou-se,nos seus fofos colchões,sentiu algo como se fosse uma picada de alfinete.
-Que
é isto!? Assustou-se o rei.
E,
levantando-se,furioso,sacudiu os lençóis e cobertores,chamou o criado que
vasculhou tudo e nada encontrou,claro,porque a pulga escondeu-se nas barbas do
monarca.
Mal
deitou-se,sentiu de novo a picada.
Desta
vez a pulga apresentou-se e lhe disse que estava disposta a castigá-lo e sugar
todo o seu sangue se ele não se tornasse um rei amável e humano.
Embasbacado,
mas,fora de si de ódio ,o rei lhe disse:
-Como
te atreves?És tão pequena e insignificante e queres atacar e destruir o homem
mais poderoso da terra!?
A
pulga nem ligou para o que ele disse e continuou a fazer o que sabia fazer
muito bem: picar.
O
rei não pregou olhos a noite inteira.
Mal
o dia amanheceu, mandou fazer uma limpeza geral,tomou um banho pé e
cabeça,enquanto dezenas de sábios munidos de possantes microscópios examinavam
cuidadosamente o quarto e arredores.
Mas,
não acharam a pulga que dormia placidamente sob o manto de cetim que o rei portava.
Naquela
noite ,exausto,o rei deitou-se muito cedo.
Daqui
a pouco ,nova picada.
O
rei deu um pulo da cama e avistou a pulga no edredom, passeando.
Correu
para matá-la,mas,ela era muito ágil e ele muito velho e
gordo,então,cansado,derrotado,perguntou:
-O
que queres,infeliz?
-Que
te tornes humano e cuides bem do teu povo.
O
rei chamou seus soldados,seus generais,seu estado-maior, seus ministros,o
cardeal e todos entraram pressurosos,atropelando uns aos outros,com o
pensamento nas sinecuras e nas benesses que poderiam perder.
Fizeram
a cama em pedaços,arrancaram o dossel,rasgaram o brocado das paredes,arrancaram
mármores e tapetes,mas,não encontraram a pulga que estava bem escondida na
cabeleira do rei.
Ministros
e criados levaram o monarca para outro aposento, mas,a pulga saltou da
cabeleira e começou a picá-lo toda a noite.
No
dia seguinte o rei mandou colocar um edital em todas as igrejas e prédios
públicos ordenando que o povo destruísse todas as pulgas sob pena de açoite.
Mas,
a pulga,escondida no seu manto,ficou a salvo.
O
corpo do rei estava cheio de manchas e de beliscões e pancadas, que ele dava em
si mesmo para matar a pulga implacável.
As
noites insones começaram a atacar sua saúde e o rei ficou magro e pálido,sem
forças para lutar;percebeu que,se não obedecesse à pulga,morreria.
-Entrego-me -disse o rei ,em tom cheio de lástima.
Farei
o que queres.
-Faça
o seu povo feliz.-
Como
farei isto!?
_Age
com humanidade e justiça.Respeita o direito dos mais fracos.Exila teus
ministros e conselheiros,uma corja de aproveitadores e corruptos.
O
rei fez melhor.Encheu seus bolsos de ouro,abandonou o país,não sem antes
proclamar a República e o povo viveu feliz para sempre.
Dizem
que Vitor Hugo costumava contar este conto a seus netinhos.Mas,como quem conta
um conto aumenta um ponto,não sei se isto é verdade.
Só
sei que a pulga-povo,se quisesse,destruiria todos os tiranos.Como na
Tunísia.Como no Egito.
Bem interessante este conto no sentido de mostrar que porte nao siginifica muito,deste que a arma a ser usada seja eficiente, no sentido de romper na pessoa sua mais sagrada energia.Imaginemos um exercito de pulga a exigir mudanças já.Oi Miriam ainda lhe vi no meu blog.Meu abraço de paz e bju de luz.
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