quarta-feira, 11 de maio de 2011

NAMORADOS!



Eu os vejo em todo lugar; aconchegados nos bancos de jardim,agarradinhos nos cinemas,chupando drops de anis ou repartindo um “combo” de pipoca  e coca-cola.
Estão nos parques caminhando juntos,respirando luxúria e esperança;aliás,namorados não têm esperanças,têm certezas;a certeza do amor eterno,dos beijos quentes,do abraço doce e infinito.
Mirìficos,sublimes,extasiados com a beleza do mundo.O pôr-do-sol foi feito para eles;o luar é seu;os versos de amor,foram eles que os inspiraram.Namorar é estar em estado de graça.
Quando passam,seja nos uniformes escolares,no esplendor da adolescência,seja nas baladas,a sacudir-se prá cá e prá lá,seja nos cinemas,trocando carícias proibidas,meu coração se aperta.
Um dia- helás- esse encantamento vai passar e eles ficarão como a maioria de nós,casmurros,calados,tristes,desesperançados,desanimados,descrentes.
Lábios murchos lamentando a ausência de beijos;mãos que não acariciam,dedos em riste,olhares ríspidos.
Onde se escondeu o amor?Cadê os doces amantes que criavam instantes mágicos?
Não, não podemos nos permitir arquivar as esperanças!
Temos que continuar sonhando com uma casinha á beira-mar,ouvindo o canto dos pássaros,enviando e recebendo rosas.
È nosso dever manter,de pé a magia e o sonho!
Sei que cultivar o amor é tarefa difícil. Não amamos uma pessoa  há mil pessoas dentro daquele EU que muda  constantemente com o passar do tempo, de acordo com os costumes, os valores,os desejos,as expectativas;mas,o amor é sagaz,sabe contornar obstáculos,reconhecer perigos,o amor determina nossos passos,nos conduz.Sua lei é sagrada.Irrevogável!Só nos resta obedecer.
Se uma vez houve amor, ele permanecerá; não falo da atração dos sentidos,da peça que a natureza nos prega para que perpetuemos a espécie,seu único interesse.
Falo daquele amor antigo,cheirando a lavanda,com cheiro de castidade,aquele amor suave,duradouro,sem exigências nem pedidos.Um amor de sólidas raízes,capaz do perdão e  da compreensão,a cada dia mais amante.
Quando conheci o meu amor ele tinha todos os cabelos, um peito de transatlântico, uns olhos doces e uma fome de viver que me encantou; diziam que ele era belo;não percebi,estava apaixonada.
Hoje,seus olhos perderam a frescura,alguns cabelos também se foram,uma barriguinha incipiente apareceu;ás vezes,resmunga um pouco;não sei,vinte e cinco   anos depois continuo apaixonada.
“Atirei um limão n’água,
Foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.
                           (Drummond de Andrade)

4 comentários:

  1. Pois é Miriam. Namorar a muitos é facil. Aliás, não só é facil, como desperta nas pessoas que assim o fazem, a sensação de que são os reis da sedução. Mas como tudo é fase, isso tambem passa. E esses que tanto trupudiam de si e dos outros, em geral acabam sozinhos. Dificil mesmo é namorar a mesma pessoa sempre. Agradá-la, satisfazê-la e amá-la. E amanter a cesa a chama da paixão, mesmo quando rugas, cabelos brancos e barrigas salientes já compõem a paisagem. Comigo e a Marilene já são 36 anos * Parabéns por este belíssimo texto. Um abraço um bom dia.

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  2. Amar é bom, amar é vasto, namorar é otimo, faz adreanlina, reinventa o verbo amar e querer a todo isntante.Mas o tempo com suas garras vem e arrebata o romantismo e deixa esta coisa fria,morna.Belo texto amiga.Um beijo de luz.

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  3. ury,esse é o segredo:apimentar a relação. bjks

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  4. Pois é,Toninho, o romantismo nunca deve ser deixado de lado.
    bjks

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