domingo, 4 de setembro de 2011

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


                                   
Já podeis da pátria,filhos,
ver contente a mãe gentil
....Trecho do Hino á Independência,da autoria de D. Pedro I)
Nunca se fez historia sem convulsões sociais; as lutas e conquistas são um duelo de antagonistas,cada um procurando uma solução melhor para si e para seus interesses.
A pátria amada,idolatrada,salve,salve,sempre foi um joguete nas mãos dos idealistas ou realistas,dos conservadores ou dos liberais.
Com a Independência,não foi diferente.
Na época haviam  duas fortes facções,querendo impor seus conceitos:a elite coimbrã,que era composta por brasileiros ilustrados,que frequentaram  a Universidade de Coimbra e queriam  fazer do Brasil,a sede do Império Luso-Brasileiro,sem romper  com a Corte Portuguesa;seus principais membros foram José Bonifacio,Hipólito da Costa e José da Silva Lisboa.
Já a elite brasiliense era totalmente republicana e,embora aceitando a monarquia queria dar a esta uma feição republicana.A maçonaria era parte dominante neste movimento ,liderado por Gonçalves Ledo.
O Bonifacio era contra a Assembléia Nacional Constituinte e,seu projeto para o Brasil era estabelecer as bases políticas , sociais e culturais da nação brasileira,a integridade territorial do país,com as províncias submetidas ao poder central, mudar a capital do país,para o Interior para facilitar o povoamento e a integração dos índios á sociedade.
Achava também que,as sesmarias,terras doadas pelo rei a particulares,quando não cultivadas seriam reintegradas á União e distribuídas aos trabalhadores rurais.
 Como se vê,foi o precursor da Reforma Agrária e da criação de Brasília,já naqueles tempos tão antigos.
José Bonifacio era também favorável á Abolição e achava que a miscigenação deveria ser estimulada para salvar o nascente país de conflitos raciais.
Segundo este influente membro do Império,a quem  D. Pedro chamava ás vezes de pai e amigo respeitado da Imperatriz D.Leopoldina,as leis viriam das Cortes de Lisboa,mas,só seriam válidas com o referendo de D. Pedro.
Juntava-se a tudo isso um jornalismo virulento com publicações cáusticas de ambas as partes, a pressão dos Deputados de Lisboa,um príncipe jovem e afoito e temos um retrato fiel da sociedade brasileira nesta época.
Não é de se estranhar que a Província de S. Paulo estivesse em pé de guerra.
D.Pedro foi aconselhado a ir lá para apaziguar os ânimos, depois que a Bernarda de Francisco Inácio depôs Martim Francisco,irmão de José Bonifacio e tomou o poder.
D. Pedro sentiu-se insultado e cavalgou para S. Paulo.
Entregou as rédeas do governo á Imperatriz, que tornou-se  assim,a primeira mulher a ocupar a direção do governo,no Brasil.
O Príncipe chegou, viu e venceu e,só saiu da província a 5 de setembro para ir até Santos. No meio da  tarde,ás margens do Riacho Ipiranga,já atacado de disenteria,que o faria parar a todo momento,saltou uma vez mais para desafogar-se,quando, ainda abotoando a fardela recebeu das mãos de  Paulo Brigaro, correio da Corte,documentos enviados por D. Leopoldina e José Bonifacio,pedindo que ele voltasse logo,pois,as Cortes portuguesas anularam medidas tomadas pelo Príncipe,exigiam  que ele demitisse ministros da sua escolha e o acusavam de subversão e traição. Fulo de raiva, ao ler o despacho de Bonifacio que dizia”de Portugal,só podemos esperar escravidão e horrores”,o Príncipe,impetuoso,reuniu a guarda e falou:
-As Cortes Portuguesas querem mesmo nos escravizar, passam por cima da minha autoridade e perseguem-nos. De hoje em diante ,nossas relações estão quebradas.Nenhum laço,nos une mais.Arrancou ,com raiva,o lenço azul e branco que trazia na manga,símbolo da raça portuguesa,e gritou:
-Laços fora,soldados!Viva a Independência, a Liberdade e a separação do Brasil!Desembainhou a espada e voltou a bradar:
-Pelo meu sangue,pela minha honra,pelo meu Deus,juro fazer a liberdade do Brasil!
E,já de pé nos estribos,afirmou a divisa do Brasil Independente:-Independência ou Morte! Eram  exatamente 4 horas da tarde do dia 7 de setembro de 1822. Entrou em S. Paulo dando vivas á Independência, lá mesmo escreveu o Hino e foi finalmente aclamado Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil,no dia 12 de outubro de 1822,data do seu aniversario.
Tela de Pedro Américo:A Independência do Brasil

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