O BLOG DE JANEIRO/2014
OS CAMINHOS DA LITERATURA
A Cultura como nós a conhecemos está mudando e,como a
Literatura é uma parte muito importante da cultura e porque esse
assunto,particularmente nos interessa como escritores e leitores,vamos
conversar um pouco sobre essas mudanças que nos assustam um pouco,como
aliás,tudo o que é novo.”É preciso que tudo mude para que fique como está”,diz
o Lampedusa,mas,no caso das Artes esse conceito está longe de ser verdadeiro.As
mudanças são flagrantes e nada está como foi ou deveria ser.
Comecemos pelo pouco valor da palavra,substituída pela
imagem ou pela música.Escreve-se muito,mas,pouco se lê e o audiovisual se
sobrepõe á palavra escrita,ao pensamento perene ou a sabedoria transmitida
pelas gerações passadas.
A cultura livresca ,como dizia T.S.Elliot,no seu ensaio,vai
perdendo força e vitalidade onde as humanidades clássicas estão perdendo espaço
,existindo apenas nos meios intelectuais onde se reverencia a alta – cultura.
O que se nos apresenta
no lugar da alta – cultura é a
banalização e a frivolidade e,no campo
informativo um jornalismo irresponsável,voltado ao escândalo e aos
mexericos,onde denúncias não comprovadas ou calúnias arrastam um nome honrado á
lama sem que haja punição ou,ao
menos,retratação.
Os adeptos da cultura de massa ou contra – cultura criticam o nosso elitismo e a nossa exigência
de ,pelo menos ,quem escreve ou poetiza ,deve saber escrever e poetar,afim de
não agredir os nossos olhos e o nosso pensamento ,com trabalhos literários
inexpressivos e imediatistas – não duram uma geração –pagos com muito suor por
pseudos autores a editores que ganham para publicá-los,eles ,mesmos,uns
vendilhões do templo literário,á espera de um Nazareno que os expulse do
mercado.
A diferença entre os escritores do passado e os de hoje é
que aqueles pretendiam transcender o tempo presente, durar para sempre como bem
diz Vargas Llosa e educar gerações, ao
passo que o produto livro,nos dias atuais é fabricado para ser rapidamente consumido e digerido logo para desaparecer como pipocas ou
biscoitos,continua Llosa.
Dante,Shakespeare,Faulkner,Mann,Kafka,Joyce escreviam obras que “derrotavam a morte”e fascinaram várias gerações .
Ao contrário dos livros de hoje que,como as telenovelas e
os shows são feitos para durar,apenas,o tempo da apresentação,para dar lugar a
outros produtos novos e de má qualidade como esses.
Ao capitalismo e seu subordinado,o Mercado,o que interessa
é o sucesso comercial da obra e a diferença entre valor e preço quase que se apagou,pois,tem valor aquilo que
é vendido ,é ruim o produto bom ,mas,que não tem público ,pois,lhe falta
publicidade maciça e é produzida para um público imbecilizado,pouco lúcido e
menos ainda educado para entender as sutilezas do pensamento humano ,na sua
essência.Gente condicionada ao mercado e á publicidade como os cãezinhos de
Pavlov.
Livros descartáveis que aparecem e logo desaparecem como
seus autores.Como disse uma jovem autora a um escritor famoso: -Estou aqui para
vender livros e ficar rica.(!)
Muitos veem tudo isso com alegria pois acham que a cultura
Mainstream está muito mais democratizada,levando a vida cultural a aqueles que antes não tinham acesso ,pois,a
elite monopolizava a cultura,tornando –
a por demais aristocrática.
Tudo isso é muito nobre,mas,a cultura como a conhecemos
está desaparecendo e o que restou foi apenas não um leitor consciente,mas, um
consumidor de ilusões.
Vide :
T.S.Elliot:Notas Para Uma Definição de Cultura
Steiner:O Castelo de Barba Azul: Algumas Notas para a Redefinição
da Cultura
Debord:La Socièté Du Spectacle
Vargas LLosa:A Civilização do Espetáculo
UM BOM CONSELHO!
FÁBULAS FABULOSAS
A TARTARUGA E A LEBRE
A
tartaruga e a lebre discutiam quem era mais veloz; então,para tirar a teima combinaram uma
corrida,marcando o dia,a hora e o local.No dia certo,partiram.
A
lebre ,que se sabia muito mais ágil e rápida,não se preocupou com a corrida.Deitou-se
á beira de um rio e adormeceu.Já a tartaruga,que sabia quanto era lenta,não
perdeu tempo,passou pela lebre dorminhoca,continuou seu caminho e venceu a aposta.
Moral
da estória:Talentoso com preguiça perde para quem enfrenta a liça.
Ésopo,filosofo
grego do sec. VI,famoso por suas fábulas.
Adaptado
por Miriam Sales.
A POESIA NOSSA DE CADA DIA
UM POEMA DE MAIAKÓVSKI
Injeta sangue no meu coração, enche-me até o bordo das veias!
Mete-me no crânio pensamentos!
Não vivi até o fim o meu bocado terrestre , sobre a terra não vivi o meu bocado de amor.
Eu era gigante de porte, mas para que este tamanho?
Para tal trabalho basta uma polegada.
Com um toco de pena, eu rabiscava papel, num canto do quarto, encolhido, como um par de óculos dobrado dentro do estojo.
Mas tudo que quiserdes eu farei de graça: esfregar, lavar, escovar, flanar, montar guarda.
Posso, se vos agradar, servir-vos de porteiro.
Há, entre vós, bastante porteiros?
Eu era um tipo alegre, mas que fazer da alegria, quando a dor é um rio sem vau?
Em nossos dias, se os dentes vos mostrarem não é senão para vos morder ou dilacerar.
O que quer que aconteça, nas aflições, pesar... Chamai-me!
Um sujeito engraçado pode ser útil. Eu vos proporei charadas, hipérboles e alegorias, malabares dar-vos-ei em versos.
Eu amei... mas é melhor não mexer nisso. Te sentes mal?
MINI - BIO
dramaturgo e teórico russo, frequentemente citado como
um dos maiores poetas do século XX, ao lado de Ezra
Pound e T.S. Eliot, bem como "o maior poeta do futurismo.
PARABÉNS PELO SEU BLOGGER,
ResponderExcluirE OBRIGADO PELA MENSAGEM DE NATAL.
Miriam de Sales.
ABRAÇOS!!!
Domingos,o BOM é vc nos visitar sempre q/ puder.rsss Abç
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