quinta-feira, 29 de julho de 2010

O BEM – AMADO






O que me levou tão rápido ao cinema,lugar em que ando meio vasqueira,fugindo de vampiros e lobisomens?

Em primeiro lugar,o saudosismo.Não perdia o Bem- Amado nas séries de Tv ou na novela.O personagem Odorico Paraguassú incorporado por Paulo Gracindo nunca saiu da minha memória.

Odoricos,conheci muitos e o espécime não está em extinção pois as obras faraônicas e que não levam a coisa alguma continuam,igualzinho ao cemitério de Sucupira,de saudosa memória.

Quanto ao novo filme,não vou dizer que não gostei.Passa-se umas horas agradáveis,os atores são ótimos,mas...as situações me pareceram muito forçadas,os personagens e atores não se entendiam,pareciam desconfortáveis,como se dissessem:- o que estou fazendo aqui e,para quem,como eu assistiu o Odorico , de Gracindo era impossível não fazer a comparação

Aquela idéia de traçar um parâmetro entre Sucupira e o Brasil não foi feliz.Quase transformou o filme num samba do crioulo doido;Jango,os militares,Sucupira,ficou misturado demais,sem sentido demais,sei lá,o amigo tem todo direito de discordar e o diretor de espernear,mas,achei assim e pronto!

O papel de José Wilker,um Zeca Diabo urbano,sem nada de nordestino,muito ético,papagueando a famosa deixa “ meu padin Pade Cícero” foi a gota d’ água.Ainda bem que apareceu pouco.

As pacatas Irmãs Cajazeiras, sequer eram uma caricatura das antigas;pareciam donas de bordel.

Os sotaques pseudo –nordestinos,um desastre.

Extrai algumas risadas sem vontade, mas,sai decepcionada com a mutilação modernosa (para imitar o falar delicioso do velho Odorico) da obra – prima do Dias Gomes.

Ponto para a música e as canções, e para a fotografia,excelente.

Gosto demais dos filmes de Guel Arraes,que contêm um bom sabor nordestino,mas,esse,passo adiante.

Vou atrás das velhas cópias do antigo Bem – Amado.
Ficha técnica:
Direção: Guel Arraes

Elenco

Marco Nanini ... Odorico Paraguaçu

Maria Flor ... Violeta

Caio Blat ... Neco Pedreira

José Wilker ... Zeca Diabo

Tonico Pereira ... Wladymir

Andréa Beltrão ... Irmã Cajazeira – Dulcinéa

Drica Moraes ... Irmã Cajazeira – Judicéia

Zezé Polessa ... Irmã Cajazeira – Dorotéa

Matheus Nachtergaele ... Dirceu Borboleta

Bruno Garcia ... Ernesto

Edmilson Barros ... Chico Moleza




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