sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

MULHER.COM



Desde que a costela de Adão foi transformada em mulher,objeto de desejo e satisfação dos homens,muita coisa mudou neste mundo,nos séculos e milênios, e nós acompanhamos todas essas mudanças.Aos trancos e barrancos.Conscientemente ou de roldão.
Apesar das mudanças,algumas mulheres continuam se comportando como se ainda fossem uma das costelas masculinas.
O papel imposto a nós era de donas – de –casa,esposas,,cuja função no mundo era ter filhos,amamentá-los,cuidar deles,providenciar comida,limpar e decorar a caverna e estar sempre nela enquanto os maridos saiam à caça,incluindo a caça à outras mulheres,arrastadas pelos cabelos depois de “amaciadas” com um golpe de tacape na cabeça.
O homem macho senhor absoluto do seu espaço gostou tanto do papel que nunca quis sair inteiramente dele.
Já a mulher começou a sofrer mutações;embora o senhor Schopenhauer tenha dito “cabelos compridos,idéias curtas”,nós,que encurtamos os cabelos e trocamos a caverna pelo AP. maneiro,com piscina e tudo,fomos à luta,ajudadas pela Revolução Industrial que necessitava e exigia mão de obra feminina.
Mesmo assim, nossa cara – metade masculina continuava procedendo como o Príncipe Encantado,embora o seu lado sapo,barbudo ou não,viesse à tona e a Bela Adormecida tivesse acordado e abrisse bem os olhos,Chapeuzinho estivesse íntima do lobo mau e até a Amélia,batesse pé firme pois não queria mais passar fome.Arregaçou as mangas e foi à luta,agora,sim, mulher de verdade.
A coisa piorou para os homens,após a Segunda Guerra quando as mulheres no mercado de trabalho e se dando muito bem não estavam em casa esperando seu amor com comida pronta e roupa lavada.
Os homens,sempre espertos,nos anos cinqüenta,começaram a paparicar a mulher,inventando aparelhos domésticos que pareciam mágica ,nos fascinando pois sempre gostamos de brincar de casinha;ai,viramos de novo objeto;viramos “do lar”,e o homem respirou aliviado.
Mas,veio o raio dos anos sessenta,aquele encapetado,onde tudo caiu de cabeça prá baixo.Queimamos soutiens,fizemos marchas de protesto nas ruas, jogamos os arreios às baratas,algumas viraram até beatnik e,em vez de ser comidas,começamos a comer todos,graças à invenção do anti-concepcional.
Maridos,igreja,pais de família sociedade botaram a mão na cabeça e a boca no mundo.Pois não é que nos entregamos à devassidão,aquela mesmo que era privilégio dos machões e jogamos o casamento indissolúvel às traças;o romântico casamento para sempre virou o “eterno enquanto dure”ou duro,vocês escolhem.
Durou pouco,não teve sucesso,não acalmou nosso vazio e experimentamos o casamento aberto,que antes só funcionava para o sexo oposto e para as nêgas dele;E tinha alguma serventia para nós essa novidade?
A meu ver,não,era apenas mais uma maneira de controlar as mulheres toda coração e romance,sempre pensando que o lobo mau era a vovozinha.
Aí,ressurgiu o papel da “outra”,a filial,a casa civil,como eram chamadas,sempre na esperança de vir a se tornar a oficial,a casa militar.Sem chances!
O homem casado,essa sagrada instituição familiar,queria mesmo era ter muitas capelas laterais,mas,continuava rezando a missa na capela principal,aonde os filhos e netos habitavam.Sem falar no patrimônio...
Dividi-lo seria empobrecer a todos;e ele ia ficando na moita,apenas se especializando em novas desculpas esfarrapadas,enquanto a coitadinha esperava o casamento se desfazer e ela virar esposa.Esperando até as calendas de março,esperando,esperando só...
Mas,as mulheres são inventivas e invencíveis;acho que foi o Bernard Shaw que disse que não podia confiar num bicho que sangra todo mês e não morre.
As mulheres inventaram o ficar; todo dia “inventam” a relação e,quando esta não as satisfaz,trocam de parceiros e “ficam” novamente.
Muitas não agüentaram o trampo e resolveram voltar a ser costela.
Pois,relacionamento,amor é coisa séria e passar de mão em mão não trás felicidade a ninguém.
Os relacionamentos do novo milênio foram se ajustando,as mulheres estão mais valorizadas,mais respeitadas,pesam muito no mercado de trabalho e parece que as coisas vão entrando nos eixos.
Casais agora são parceiros,mantêm sua individualidade sem deixar de se amar,admirar e respeitar. Agora,computadas,orkutizadas,internautas,blogadas e blogueiras,elas,cada dia,se realizam mais e melhor e se tornam mais exigentes.
Nosso príncipe anda de pé atrás.Escreveu não leu...
Para esses que atingiram o Paraíso, com a força da inteligência e da compreensão,esse tem sido o começo de milênio perfeito.

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