segunda-feira, 2 de agosto de 2010

PARA CELEBRAR O DIA DO FOLCLORE!


DITADOS POPULARES EM TROVAS


Povo musical e versejador pela própria natureza, os lusos nos legaram os mais interessantes ditos populares, que, aqui, foram acrescidos pela natural verve brasileira, com suas manhas e encantos .

Muitos adágios populares chegaram até nós em forma de trovas; nada de espantar, sendo a trova a mais primitiva e perfeita expressão da alma portuguesa. Esses ditos populares continham conselhos ou críticas de situações pouco ortodoxas, em voga na antiga sociedade e, comuns até hoje.

Moça satisfeita com o bom rumo que tomava os seus amores cantava:

Toda a vida desejei

O meu amor, Manoel...

Agora, tenho-o á mão:

Caiu-me a sopa no mel!

Um bom conselho para se casar cedo (ou dar estado) ás raparigas, exprimia-se nesses versos, que continham uma certa sabedoria:

Ó meu pai, casa-me logo,

Enquanto sou rapariga:

O milho plantado tarde

Nunca produz boa espiga.

Esta é para quem está desolado por haver perdido um amor:

A maré quando enche e vaza,

Deixa a terra descoberta...

Vai-se um amor e vem outro;

Nunca vi coisa tão certa.

Esta, louvando a esperança, é brasileira e nordestina, com certeza:

Menina da saia verde

De verde cor da esperança;

Teu desdém não me amofina:

Quem espera sempre alcança.





Outra, brasileira, de Pernambuco:

O direito do anzol

É ser torto e ter barbela,

O direito do rapaz

É casar com uma donzela.



Essa crítica de costumes é ótima:

Toda desgraça do homem

É falar fino e esmorecer,

Larga a muié e mora perto,

Prá todo dia ela ver.

Outra, certeira como uma flecha, tem origem no Nordeste:

O homem que bebe e joga,

Mulher que erra uma vez...

Cachorro que pega bode,

Coitadinhos deles três!...

Não podiam faltar as sogras:

Sogro e sogra

Milho e feijão

Só dá resultado

Debaixo do chão.

E, para terminar, o mais sábio de todos os dizeres:

Duvido haver como este

Um ditado mais profundo:

Dinheiro e mulher bonita

É quem governa este mundo.







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