'Economia do sexo' envolve motéis, estacionamentos e 'serviços especializados'
As buzinas ecoam impacientes na rua Agustinas, no centro de Santiago do Chile. O trânsito é péssimo e não há lugar para estacionar. “São os motéis. Tudo fica lotado”, explica o porteiro Armando. “Dentro de uma hora, o trânsito vai melhorar. Mas agora é hora do almoço, a pior hora”.
Os jornais chilenos estão cheios de anúncios de motéis que rivalizam em criatividade para atrair clientes. Além do quarto durante algumas horas, os clientes têm direito a um pacote de camisinhas e dois “pisco sour”, a bebida nacional chilena.
Os motéis mais caprichados têm salas revestidas com espelhos e oferecem champagne. Para os mais pobres, há o sexo nos carros. Alguns estacionamentos reservam lugares escondidos por uma cortina de plástico para proteger os clientes de olhares curiosos.
Qualquer que seja o preço, a característica mais procurada é a discrição. É o que levou Enrique Delaveau dez anos atrás, a criar uma empresa especializada no que ele chama de “gestão de adultério”. Uma parte da atividade consiste na venda de produtos e serviços destinados aos cônjuges que desconfiam de traição.
Ex-agente do serviço de inteligência chileno durante a ditadura militar, Delaveau abriu um escritório no centro da cidade, onde recebe os clientes e mostra seu portfolio. Um dos produtos vendidos é um gravador de som camuflável na roupa. "Basta trazer uma jaqueta e a gente coloca dentro da costura. A pessoa não vai perceber nada, e nosso cliente terá a possibilidade de ouvir tudo que foi dito... ou feito”, explica, com orgulho. A pequena maravilha custa 69 mil pesos (231 reais).
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UHLÁLÁ!
Lamia Oualalou/Opera Mundi
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