A mulher saiu do consultório médico na Rua Bahia e encaminhou-se para o ponto de ônibus na Praça N.Sra. da Luz,na Pituba.Queria andar um pouco,olhando o belo mar da Bahia,sentindo o cheiro gostoso da maresia e a brisa suave a lhe beijar os cabelos encanecidos.Um pouco antes de chegar á praça,dois rapazes belos e musculosos,com jeito de universitários,emparelharam com ela.Um de cada lado.Em voz baixa,num jeito amistoso,lhe disseram para entrar num carro branco,encostado no meio fio,onde outro garoto,cabeludo e de óculos escuros,estava ao volante.Cada um deles agarrou seu braço,como se estivessem numa conversa amistosa,dizendo-lhe que estavam armados,por isso não tentasse nenhuma gracinha.No ponto lotado,neste fim de tarde,nem no módulo policial,a cerca de dez metros,ninguém notou nada de errado.O policial,muito entretido a ler o jornal,parecia alheio ao mundo.Estavam a um metro do carro,ela pensou rápido.Começou a gritar,aos berros,que nem morta entraria naquele carro com eles, e, que, se quisessem a matassem ali mesmo.As pessoas no ponto se viraram assustadas,os caras atônitos,ainda seguravam seus braços,então o do carro buzinou furioso e o segurança do Banco do Brasil,ali pertinho,empunhou a arma e correu para ela. Com um palavrão , os caras correram e entraram no carro que disparou pela Manoel Dias,como um foguete. Para ser detido por policiais em Amaralina e levados para a Delegacia.
As pessoas no ponto do ônibus e os passantes que se informaram da estória, ainda meio paralisados, uns aplaudiam sua coragem, outros diziam que ela era doida em se arriscar...
Ofereceram-lhe uma cadeira, o segurança do banco trouxe água, ela pegou o frescão e foi prá casa.
Dia seguinte,teve que dar queixa na Delegacia,mas,os rapazes,universitários,realmente e filhos de um juiz e um advogado foram soltos sob fiança e ela nunca mais os viu.Abafaram o caso,a delegada contou que eram viciados e que desaconselhava ela,aos 62 anos dar uma de mulher maravilha;podia se dar mal.
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