sexta-feira, 16 de abril de 2010

ENTREVISTA COM O COLECIONADOR


José Carlos Daltozo coleciona postais e amigos.

O trabalho desse escritor que ora apresento a vocês está descrito nessa entrevista concedida a jornais e que bem retrata sua paixão pelos postais,sendo dono de uma das maiores coleções particulares do Brasil.

É dono também de um grande coração,sempre pronto a socorrer os amigos em apuros como essa escriba que vos fala;depois de bater em várias portas oficiais procurando um postal para pôr na capa do meu novo livro "Bahia de Outrora",fui contemplada por esse amigo distante que se deu ao trabalho de escanear e me enviar alguns que logo estarão nas páginas e capa do novo livro que mostrará a Bahia como foi e como nós gostaríamos que continuasse.

Xavier de Maistre escreveu um livro "Viagem à roda do meu quarto",uma viagem segura,sem custos nem desassossegos,mas,muito proveitosa.Assim é conhecer o mundo através dos postais.



Mas,sem mais delongas vamos à entrevista:


1 - Como surgiu a idéia de colecionar cartões-postais?
Sempre gostei de fotografias, tanto em revista e livros como aquelas que eu mesmo fotografava nas cidades visitadas. Diante da impossibilidade de obter fotos com vistas aéreas de cidades, ou interior de museus e edifícios históricos, passei a comprar alguns postais, ainda sem a idéia de colecioná-los. Isso foi nas décadas de 1970 e 1980. Um dia, em 1988, li entrevista num jornal sobre a existência de uma Sociedade Brasileira de Cartofilia (hoje extinga), com sede em Brasília, entrei em contato e, ao receber dicas de outros colecionadores, passei a colecionar postais sistematicamente. Tinha, na época, uns 200 postais misturados às fotografias, hoje a coleção passa dos 130.000 postais do mundo inteiro. Entre eles há algumas raridades, postais de 1898, 1900, 1901, ou seja, com mais de cem anos de existência. Uma coleção de postais é também uma grande fonte de pesquisas, inclusive muitos livros de arte sobre cidades e países utilizam postais antigos como iconografia. Eu mesmo já cedi alguns postais para diversos livros, entre eles um recente, sobre Santos Dumont, da jornalista Marleine Cohen, publicado pela Editora Globo, com o título "Sim, sou eu, Alberto". Ela reproduziu dez postais da minha coleção, mostrando Paris de 1900 a 1915.



E como surgiu o interesse pelos cartões-postais?

Tenho o hábito de fotografar, comprei minha primeira máquina fotográfica em 1972. Ao viajar, mesmo nos fins de semana, tirava fotos. Começar a colecionar postais foi uma conseqüência do gosto pela fotografia. Afinal, o postal é a foto industrializada, que circula pelo mundo todo. Quando visitava uma cidade, tirava várias fotos e comprava alguns postais, principalmente de vistas aéreas, pôr-do-sol e cenas noturnas, que eram difíceis de registrar. Tenho mais de 150 mil postais, fruto de intercâmbios com 80 outros colecionadores brasileiros, aquisições de coleções de desistentes, doações, etc. Tenho a quarta maior coleção do Brasil.




5 - Quais as principais dicas que o senhor daria para um iniciante de uma coleção de postais?
Colecionar postais é viajar pelo mundo sem passaporte e sem atrasos em aeroportos e rodoviárias. O colecionador iniciante deve, primeiro, comprar os postais nas cidades que visitar. Depois, informar amigos e parentes que é colecionador, dessa forma poderá receber muitas doações. Muita gente compra postais em viagens, mostram aos parentes e amigos e, depois, jogam numa gaveta. Num dia de limpeza, vão para o lixo. Se doados a um colecionador, os postais ficam preservados para a posteridade. Eu mesmo já recebi doações de 100, 200 e até 700 postais de pessoas que pretendiam jogar no lixo, mas lendo sobre minha coleção em revistas e jornais, ou na tevê, resolveram doar. Outra dica é fazer trocas de postais com colecionadores de outros Estados. Quando encontrar uma cidade que tenha um bom número de postais, comprar alguns repetidos, para ter material de troca. Que outra maneira o colecionador vai conseguir postais que estão sendo lançados neste mês em Manaus, Recife ou Porto Alegre, se não tiver um colecionador naqueles locais, atentos aos lançamentos, para fazer trocas.


Gostaram?

Fica o apelo;quem tiver postais em casa escondidos em alguma gaveta envie para o colecionador neste e-mail:jcdaltozo@uol.com.br

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